Geral Opinião

7 de setembro um ano depois do ataque do Hamas

Um ano passado sobre o ataque criminoso do Hamas, corolário de cerca de setenta anos de conflitos e guerras entre Israelitas, Palestinianos, Árabes Sunitas e Xiitas, que se opõem entre si, por vários motivos, étnicos, culturais, religiosos, culturais, enfim, civilizacionais, que pretendem a destruição mútua, algo inalcançável senão houver algum tipo de negociação diplomática que consiga novamente trazer uma paz armada.

Um ano depois do ato bárbaro e criminoso do Hamas, Israel continua a sua luta contra o grupo, tendo efetuado, também autênticos atentados contra a Humanidade, pois destruiu Gaza, deslocou civis, retirando-lhes água, sustento, torturando-os coletivamente depois de ter destruído todo o edificado da Faixa de Gaza, com muito poucos resultados palpáveis em termos de eficácia, para não falar da eficiência que foi nula.

Para além de Gaza Israel entrou na Cisjordânia em busca de guerrilheiros do Hamas, entrou no Líbano para destruir o Hezbollah, que se solidarizou com o Hamas  atacando Israel na tentativa de mais uma vez, resolver um conflito que existe há décadas, e que já o levou a três invasões desse país, que pela força nada resolveram, bem como fez incursões aéreas na Síria e no Irão, exterminando militares e políticos, algo que é injustificável à luz do Direito Internacional, e ainda foi atacado pelos Houtis do Iémen e pelos grupos Xiitas do Iraque.

Nâo sei qual será o resultado final deste conflito civilizacional que existe no território desde sempre, e que os Ocidentais, ora designados de uma forma mais lata pela ordem liberal, que se opōem à Ordem Muçulmana, tentam dominar e conquistar.

Neste mundo que alguns classificam com um Mundo onde existem quatro ordens, a Liberal, a da Rota da Seda, a Muçulmana e a Russófona, as guerras e os conflitos suceder-se-ão, até que haja um equilíbrio elas, ou até que uma surjam novamente duas potências , que consigam criar alianças para se digladiarem novamente, até que mais uma vez, uma delas seja dominante, num ciclo interminável, gerador duma espiral de violência.

Voltámos desta forma, em minha opinião, ao equilíbrio de poderes que vigorou na Europa após a revolução francesa, até à l Guerra Mundial, só que desta vez este equilíbrio não se cinge à Europa, mas é desenvolvido à escala global.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na reforma